Em Português Europeu, as palavras sobre cuja pronúncia o consulente tem dúvidas pronunciam-se da seguinte forma:
− nacela: “nacéla” [nɐ'sɛlɐ]
− pegas: “pêgas” ['pegɐʃ]
− alferes: “alféres” [aɫ'fɛɾɨʃ] (com timbre aberto)
− metro: “métro” ['mɛtɾu]
− besta: “bésta” ['bɛʃtɐ]
− besteiro: “bésteiro” [bɛʃ'tɐjɾu]
A forma verbal almejo, forma de 1.ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo almejar, pronuncia-se [aɫ'mɐʒu] ou [aɫ'mɐjʒu] na zona de Lisboa, uma das zonas onde se fala a variedade padrão do português europeu. O mesmo acontece com outras formas verbais de verbos terminados em -ejar como fraquejo [fɾɐ'kɐʒu] ou “planejo” [plɐ'nɐʒu]. A vogal fonológica /e/ pronuncia-se [ɐ] por ter sofrido ao longo do percurso de evolução do português um processo de dissimilação, fenómeno que se verificou sempre que a vogal [e] antecedia um segmento palatal, como [ʒ]. Existem, no entanto, zonas no Sul de Portugal em que a vogal [e] não sofreu alterações, continuando a forma verbal almejo a pronunciar-se [aɫ'meʒu].
Relativamente à palavra “metro”, não se pode considerar que a pronúncia “metrô” seja incorrecta. As variantes “metro” e “metrô” possuem um estatuto linguístico idêntico, mas pertencem a diferentes variedades do português: a primeira é usada no português europeu e a segunda no português do Brasil. Note-se que é a variante “metrô” que se encontra atestada nos dicionários brasileiros (cf. Dicionário Houaiss ou Dicionário Aurélio do Séc. XXI).