Em Portugal, há dezenas de anos, dizia-se geralmente retrete em toda a parte, do francês «retraite» (retirada), pelo castelhano «retrete». Em vez deste estrangeirismo, usava-se na linguagem militar latrina – não sei se ainda se usa. Também às vezes se ouvia privada (de «privado») - que é o termo utilizado no Brasil - e sentina (do latim «sentina(m)») com o mesmo significado. São vocábulos a cair em desuso. No tempo de Salazar, apareceu a designação de instalações sanitárias para substituir o então muito vulgar inglês «water-closet», que líamos no cimo da porta abreviado em W.C. Nos então chamados liceus, as «instalações sanitárias» apareciam abreviadas em I.S. para substituir W.C. Actualmente, emprega-se bastante sanitários, provavelmente abreviação de «instalações sanitárias» com influência da palavra «Sanitas», nome duma empresa que fabricava utensílios de porcelana, entre eles as chamadas «bacias das retretes», como às vezes lhes ouvíamos chamar, e que tinham por dentro, na parte superior, o nome dessa empresa – Sanitas. Em presença de tantas palavras portuguesas (e ainda temos outra, cloaca), não precisamos do francesismo retrete.