1. São tipos, tipologias textuais ou sequências textuais prototípicas:
— o texto descritivo
— o texto dialogal
— o texto argumentativo
— o texto expositivo
— o texto instrucional.
2. A prosa pode realizar as seis sequências prototípicas. A poesia pode enformar sequências textuais descritivas, dialogais, narrativas (isoladamente ou de modo conjugado) e, consoante a corrente estética (mais ou menos experimentalista), sequências expositivas e até instrucionais. Quando os termos prosa e poesia aparecem em construções como texto escrito em prosa — texto de poesia, o que se está a considerar nessa oposição é, de facto, a forma gráfica e fónica do texto (tomando forma num registo corrente, não técnico). Nessa altura, o que distingue prosa de poesia é a submissão ou não às leis da versificação e do ritmo.
Mas poesia é também um dos três grandes géneros reconhecidos pela tradição literária, a par do teatro e do romance. Enquanto género, a poesia desdobra-se em diferentes subgéneros: o soneto, a ode, a balada, o madrigal, etc.
3. A BD é um texto/discurso. «A BD pode ser definida como "discurso tendencialmente narrativo em suporte fixo e portátil, implicando a interacção dinâmica de elementos do código linguístico e do código icónico, consituindo-se em objecto estético uno, autónomo e auto-suficiente, em que o todo seja mais do que a soma das partes» (Rui Zink, 1999 — Literatura Gráfica?, Oeiras, Celta Editora: 20-21). A BD enforma as tipologias narrativa, descritiva e dialogal. Fora da tradição retórica/literária, e no âmbito dos estudos desenvolvidos pela Análise do Discurso, a BD pode ser considerada um género discursivo, a par da notícia, da reportagem, do anúncio, etc. Mas há também quem reivindique para a BD o estatuto de género literário (Will Eisner, 1985 — Comics and Sequential Art, Tamarac, Poorhouse Press:141-142; op. cit. in Zink 1999:14).