Nem se «precaveja» nem se «precavenha». Neste verbo, que se não conjuga como «ver» nem como «vir», ambas as formas são impróprias.
A maioria dos autores nega a existência do presente do conjuntivo no verbo precaver, a que pertenceria a conjugação mencionada pelo nosso prezado consulente. Segundo esta orientação, não se pode conjugar o verbo em nenhuma das grafias aqui apresentadas nem em nenhuma outra (ver o «Dicionário de Verbos», de João Antunes Lopes, Lello & Irmão, Porto, 2ª. edição, 1987).
O «Dicionário dos Verbos Portugueses», de Emídio Silva e António Tavares (Porto Editora, sem data), segue a orientação polémica do «Dicionário de Verbos Portugueses Conjugados» (Clássica Editora, Lisboa, 1978), obra que, embora tendo na capa o nome respeitado de Rodrigo Sá Nogueira, levanta certas dúvidas. Na página dedicada ao verbo precaver, justificando o facto de se apresentar a conjugação completa de um verbo geralmente considerado defectivo, lê-se a seguinte nota de rodapé:
«Considera-se em geral defectivo este verbo, dizendo-se que lhe faltam as formas: da 1ª pess. do sing., do pres., do ind., e todas as do conj. pres. Reputo este critério injustificável e, portanto, insubsistente (...).»
Segundo esta controversa orientação, o estimado consulente deveria dizer (em vez de «precaveja-se» ou de «precavenha-se»): «Precava-se da chuva». A conjugação polémica do pres. do conj. é: precava, precavas, precava, precavamos, precavais, precavam.
Na opinião do Professor Fernando Peixoto da Fonseca, devemo-nos precaver contra este (ou deste) verbo, fortemente defectivo e de conjugação muito difícil, quer nas formas consagradas quer nas controversas. Se houver dúvida, é preferível utilizar o verbo prevenir.