A utilização ou não do hífen varia se for substantivo ou locução. Passa-se como no caso de dia-a-dia ou de dia a dia, tal como regista Rebelo Gonçalves, no seu Vocabulário da Língua Portuguesa.
Assim, eu escreveria:
1. «Faço no dia-a-dia»; mas: «Faz-se dia a dia».
2. «Será um casa-a-casa»; mas: «Vamos casa a casa».
3. «Recomenda-se o porta-a-porta»; mas: «Visita-se porta a porta».
N.E. – (15/03/2017) Depois do Acordo Ortográfico de 1990, e à luz da sua Base XV, no ponto 6, não têm hífen as locuções cujos elementos estejam ligados por preposição, sejam elas locuções substantivas*, adjetivas**, pronominais***, adverbiais****, prepositivas***** ou conjuncionais******. Os exemplos acima referidos passaram, portanto, a escrever-se sem hífen, mesmo que se empreguem como substantivos: «faço no dia a dia»; «será um casa a casa»; «recomenda-se o porta a porta». Contudo, a regra tem algumas exceções já consagradas pelo uso, como é o caso de água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-se-meia, ao deus-dará, à queima-roupa. Também não se aplica a «palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento: abóbora-menina, [...], ervilha-de-cheiro, [...] andorinha-grande, [...] andorinha-do-mar [...].» (Base XV, ponto 3).
* Locuções substantivas: cão de guarda, fim de semana, sala de jantar;
** Locuções adjetivas: cor de açafrão, cor de café com leite, cor de vinho;
*** Locuções pronominais: cada um, ele próprio, nós mesmos, quem quer que seja;
**** Locuções adverbiais: à parte (note-se o substantivo aparte), à vontade, de mais (locução que se contrapõe a de menos; note-se demais, advérbio, conjunção, etc.), depois de amanhã, em cima, por isso;
***** Locuções prepositivas: abaixo de, acerca de, acima de, a fim de, a par de, à parte de, apesar de, aquando de, debaixo de, enquanto a, por baixo de, por cima de, quanto a;
****** Locuções conjuncionais: a fim de que, ao passo que, contanto que, logo que, por conseguinte, visto que.