Penso que, para se resolver este caso de dúvida, basta apresentar e comentar estes dois grupos de exemplos:
1. – Aqui está-se bem.
- Vende-se esta casa.
2. – Aqui compram-se livros usados.
- Vendem-se estas casas.
De acordo com os livros que tratam do estudo da própria língua, nas frases do grupo 1., o sujeito está indeterminado: há alguém que se encontra bem (até rima!) em determinado sítio – aqui. Mas não se diz quem é. Na segunda frase, temos o mesmo caso: há alguém que vende esta casa, mas não se diz quem é. O sujeito está indeterminado pela partícula indeterminante do sujeito – se.
Vejamos agora as frases do grupo 2.
Ambas elas estão na voz passiva que, neste caso, não se forma, não se constrói com o verbo ser, mas com a palavra (ou partícula) apassivante (ou apassivadora). Isto é:
a) Aqui compram-se livros usados. =
= Aqui são comprados livros usados, em que o sujeito é livros usados.
b) Vendem-se estas casas = Estas casas são vendidas, em que o sujeito é estas casas.
Como se trata de voz passiva, não devemos dizer vende-se mas vendem-se estas casas, fica mais vincada a ideia de pluralidade, porque temos dois plurais: um está em vendem-se; outro, em casas.
É verdade que, actualmente, há muita gente que prefere "compra-se livros" e "vende-se casas", mas esta construção que já lemos aqui e acolá em escritores do Renascimento tem sido bastante atacada, e com razão, como já vimos porquê.