Esta alteração designo eu por simplificação e aproximação fonética na escrita. Na Reforma Ortográfica de 1911, que recomendou a mudança, indicava-se que o objectivo era melhorar a língua escrita (no seu aprendizado e exercício) para se aproximar dos factos constantes da sua pronúncia, `que aqueles símbolos disfarçam´. Além desta modificação, a Reforma também `desterrou´, por uma vez da escrita portuguesa, os símbolos th, rh, e y, substituídos por t, r e i. Substituiu igualmente o ch com valor ¦k¦ por qu antes de e ou de i, e eliminou as duplicações de letras cc, dd, ff, gg, ll, mm, nn, tt, etc.
No fundo, o critério etimológico cedeu ao critério fonético naquilo em que aquele estava já a ser exagerado. Compreende-se que se defenda um critério que permita a máxima maleabilidade de pronúncia entre as diversas comunidades da comum língua (ex.: adoptar a grafia `ovelha´ do latim `ovicula-´, com e valendo ¦â¦, ¦âi¦ ou ¦ê¦); porém conservar escritas anacrónicas com o pretexto de respeitar a história das palavras só serve muitas vezes para complicar. Era o que se sentia na época, aliás frequentemente em completa anarquia ortográfica.
Mudança que foi corajosamente feita, não obstante a resistência tenaz dos conservadores (em certos casos anedótica). E compare-se a alteração drástica operada na escrita nessa altura em relação à muitíssimo menor que o novo acordo pretende introduzir agora para simplificar e, sobretudo, unificar a escrita planetária da língua oficial comum das oito pátrias... .
Ao seu dispor,