«Peixe podre» é uma expressão idiomática que se refere, geralmente, a um «ser desprezível; sem valor» (Novos Dicionários de Expressões Idiomáticas, de António Nogueira Santos), a alguém que se deixou corromper pelo mal. Por isso, apodreceu. Por sua vez, o sal tem a propriedade de manter são (no sentido de próprio para ser usado/consumido), de não deixar estragar/apodrecer qualquer alimento. É essa a razão pela qual, no passado, se salgavam a carne e o peixe para que não se estragassem, apodrecessem, para que pudessem ser comestíveis sem que fizessem mal à saúde de que os consumia.
Ora, quando algo já está podre/estragado, já não há remédio algum que o possa recuperar. É, portanto, este o sentido do provérbio: Quando alguém ou alguma coisa já se degradou, não há nada que a possa salvar.
Por sua vez, o provérbio «Em rio sem peixe, não deites a rede» representa um conselho para que não se desperdice tempo a procurar encontrar algo (precioso, decerto!) num universo que é (re)conhecido como pobre/sem qualquer recurso/bem. É um alerta que apela, como é próprio dos provérbios, ao bom senso, ao respeito pelo conhecimento/saber dos outros e ao perigo de se crer demasiado na ilusão de se ser ousado e diferente.