DÚVIDAS

Pedra Bulideira

A propósito da questão sobre a "Pedra da Bolideira", uma simples consulta na Net teria mostrado que se trata da Pedra Bulideira, no local da Bolideira (!), freguesia de Bobadela de Monforte, Chaves. “Buli-“, não “Boli-“ (apesar do regionalismo topográfico). O Houaiss não regista sequer o verbo “bolir”.
Trata-se de um enorme pedregulho, de mais de dez toneladas, em equilíbrio instável sobre as fragas subjacentes. É classificado como imóvel (!!) de interesse público e, embora se possa mover, só o faz com o apoio forte das costas (e não ao ser simplesmente tocado...).
É uma das atracções da região de Chaves.

Resposta

A resposta que apresentámos sobre a Pedra Bolideira corresponde a uma pergunta que nos foi dirigida por um consulente que conhece o local.
Os dicionários actuais da língua portuguesa não registam o verbo bolir, mas, em textos antigos, poderemos encontrar esta grafia e possivelmente palavras da mesma família.
Durante vários séculos, a grafia das palavras portuguesas foi instável. Há documentos oficiais em que vemos que os amanuenses usavam várias grafias para a mesma palavra. Daqui é fácil inferir que Pedra Bolideira está relacionada com a grafia bolir, correspondendo a «mexer-se como uma bola».
Note-se ainda que a palavra bola provém do vocábulo latino ‘bulla’.
Como bulir provém do verbo latino ‘bullire’ e é, portanto, a forma mais antiga, teve a preferência dos dicionaristas. Bolir, no entanto, deixou marcas da sua existência.
Agradecemos a colaboração do Senhor L. Fraser Monteiro.

ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa