Uma outra forma para designar os nomes dos dedos surge numa das lengalengas portuguesas, passada de geração em geração, e que era habitual ensinar-se às crianças, jogando-se com a repetição de sons e de determinadas palavras e expressões, exercitando-se, assim, a memória. Trata-se da seguinte lengalenga:
Dedo mindinho,
vizinho,
o maior de todos,
fura-bolos,
matruca, piolhos.
Este é o dedo mindinho,
este é o seu vizinho,
este é o maioral,
este é o fura-bolos
e este é o mata-piolhos.
Com esta cantilena infantil, através da brincadeira, associa-se o tamanho, a posição e a função dos dedos ao nome com que foram «apadrinhados». Assim, para as crianças, o nome dos dedos era diferente:
— o dedo mais pequeno, o dedo mínimo, é o mindinho (o diminutivo marca a diferença dos outros pelo seu tamanho inferior);
— o que se lhe segue (o anelar) é o vizinho, pois é o único que está ao lado do mindinho;
— o dedo médio, como é o maior, é designado precisamente por maior de todos, maioral ou, ainda, por pai de todos;
— o dedo indicador é, por sua vez, o fura-bolos, porque é esse o dedo usado para se enfiar um dedo num bolo (acto que é associado às crianças);
— o último, o polegar, é chamado de mata-piolhos, porque antigamente os adultos matavam os piolhos da cabeça das crianças pressionando os dois polegares e esmagando o piolho.