Vou tentar responder-lhe, embora muito resumidamente e tomando como base o meu livro O Português entre as Línguas do Mundo (Situação.História. Variedades), Coimbra, Liv. Almedina.
1. Das alterações do latim vulgar resultam diferenciações que a princípio constituíram os chamados romanços, e posteriormente as línguas românicas.
2. O latim vulgar foi-se estendendo com o poderio romano, e sob as influências locais e outras veio a fraccionar-se em diferentes dialectos, formando assim a família românica ou novilatina.
3. O latim vulgar recebido nas diversas regiões não era o mesmo, pois ia evolucionando. A romanização não era feita só pelos Romanos e nem todas as regiões foram romanizadas com a mesma cultura. Na Península Ibérica falava-se o céltico e havia também o ibero (que se julgou proto-basco, o antepassado do basco), falado pelos Iberos, oriundos da África. O superstrato, ou seja as línguas dos povos invasores, também exerceram influência, como o árabe, p. ex., sobretudo no léxico.
4. A fase da língua portuguesa que decorre desde o séc. IX ao séc. XII constitui a época proto-histórica da nossa língua. O português arcaico vai desde o séc. XII até o XVI, e o moderno principia no séc. XVI e chega até hoje.
5. As línguas africanas, asiáticas e ameríndias forneceram-nos muitos termos exóticos, e o francês, desde o início da nacionalidade, o italiano especialmente no Renascimento e o inglês modernamente também nos deram grandes contingentes de neologismos.