Segundo o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (José Pedro Machado, 1973), o termo nevasca deriva de neve e está atestado desde 1873. O Dicionário Houaiss também descreve a palavra como um derivado de neve, a que se associou o elemento de origem obscura -asca. Cabe, no entanto, observar que -asca pode ser uma variação do sufixo –asco, «formador de palavras originalmente adjetivas» (idem), muito embora, neste caso, estarmos perante substantivo. Para uma perspetiva alternativa, refira-se que, para o Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora (em linha na Infopédia), o vocábulo em questão é uma amálgama das palavras neve e borrasca. Embora este dicionário não dê mais explicações, é de supor que, ao assumir-se que borrasca é «tempestade violenta e repentina, geralmente acompanhada de vento e chuva, de curta duração; furacão», se isole o elemento -asca e se lhe agregue o radical nev-, assim procurando sugerir uma tempestade não com chuva, mas com queda de neve. Quanto à palavra nevão, e segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, significa «grande nevada». Em suma, verificamos que as palavras são sinónimas, pois usamo-las quando nos referimos a uma tempestade de neve ou à queda (eventualmente abundante) de neve.
Relativamente ao emprego destas palavras nas duas variantes da língua, uma consulta do Corpus do Português confirma que nevasca ocorre mais frequentemente no português do Brasil, enquanto nevão se conta apenas em contextos do português de Portugal. Assinale-se, contudo, que os registos não eliminam a possibilidade de ocorrência de nevasca no português de Portugal: com efeito, encontram-se duas ocorrências de nevasca, ambas de um mesmo romance do escritor português Aquilino Ribeiro, Terras do Demo.