Quando se diz que «o comandante da polícia foi parco em palavras», o adjetivo significa que alguém no seu discurso utilizou poucos termos, ou seja, foi sucinto, sintético, falando só o estritamente necessário. Não há, pois, nada de pejorativo nesse qualificativo.
Segundo o dicionário Priberam, o Dicionário Aberto (versão em linha da 2.ª edição do Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo), o dicionário da Porto Editora (em linha, na Infopédia) e o Dicionário Aulete (em linha), parco significa «aquele que usa ou vive com parcimónia», «frugal», «que evita os excessos», «que poupa ou economiza», «escasso», «característica do sujeito que evita os excessos» e tem a sua origem no latim clássico parcus, que tinha a mesma função adjetival e cujo significado, na altura, não diferia do atual [a este respeito, poder-se-á consultar Ferreira, António Gomes. (1987). Dicionário de Latim-Português. Porto. Porto Editora] Por este motivo, não consideramos que seja um vocábulo ofensivo, podendo ser usado num enunciado erudito ou num contexto formal. O termo pode ser utilizado ao lado de um nome, qualificando-o, ou regendo preposições com em ou de.
Alguns exemplos da utilização de parco:
«O extremo Mancini mudou-se do Inter para o rival Milan e não foi parco em críticas ao treinador José Mourinho, considerando o português como o principal responsável pelo ano horrível que teve a nível desportivo» (A Bola, 02.02.2010, in Léxico: dicionário de português online).
«Só resta dizer que essa refeição foi das mais parcas da minha vida: um ovo, uma fatia de pão, uma xícara de chá» (Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, p. 281, in Dicionário Informal).