Na frase «O sorriso da Menina iluminou-se», o sujeito é «o sorriso da Menina». O grupo nominal é, igualmente, «o sorriso da Menina».
Estabeleçamos uma diferença clara entre os dois conceitos.
O sujeito é uma função sintática. É sujeito aquele constituinte que impõe ao predicado o seu género e número. Na prática, identificamos o sujeito perguntando ao verbo: quem é que…?
Na frase «O sorriso da Menina iluminou-se», façamos a pergunta: quem é que se iluminou? E a resposta será: foi o sorriso da Menina. Então, «o sorriso da Menina» é o sujeito.
Na frase, o sujeito é o ser, a pessoa, a coisa ou o facto sobre o qual se faz uma declaração.
Ao falarmos em grupo nominal (GN) ou em sintagma nominal (SN), não estamos a falar da frase. Estamos só a referir-nos à categoria morfológica individual de cada grupo que entra na sua formação. A frase não é uma sucessão de palavras, mas de grupos de palavras.
Quando, num grupo de palavras, a palavra principal (o seu núcleo) é um substantivo (um nome), dizemos que esse grupo sintático é um grupo nominal (GN).
As funções sintáticas (sujeito, predicado, predicativos, complementos e adjuntos) são desempenhadas por grupos ou sintagmas, que serão nominais, quando o seu núcleo for um nome; verbais, quando o seu núcleo for um verbo. E há, ainda, grupos adjetivais (GAdj.), grupos adverbiais (GAdv.) e grupos preposicionais (GP).
A função de sujeito, na frase em análise, é desempenhada por um GN («o sorriso da Menina»).
Logo, GN e sujeito, nesta frase, são conceitos coincidentes.
Se classificarmos «o sorriso da Menina» pela sua função sintática, diremos que é sujeito; se considerarmos a natureza categorial das palavras que formam esse grupo, falaremos de um grupo nominal (GN), pois a sua palavra principal, o seu núcleo, é um nome ou substantivo («o sorriso»).
E já vimos claramente que, como uma moeda, assim cada sintagma ou grupo sintático tem duas faces: a face função sintática — e a outra face, cuja designação tem em conta a natureza categorial dos seus constituintes. Por isso, «o sorriso da Menina» é sujeito e é, também, um GN.
Só mais uma notazinha: os grupos sintáticos constituem unidades de análise. Queremos, com isto, dizer que o GN «o sorriso da Menina» não pode desempenhar várias funções, mas uma, apenas uma, que, nesta frase, é sujeito, como já vimos.
A descrição sintática desta frase é assim: suj.: «o sorriso da Menina»; pred.: «iluminou-se». Nada mais.
Poderia, numa fase seguinte, proceder-se a uma análise intrassintagmática. E, então, descreveríamos o constituinte preposicionado «da Menina» como complemento nominal de «sorriso».
Quanto ao outro sintagma, o SV («iluminou-se»), diríamos, apenas, que apresenta uma forma modificada pelo clítico -se. Não se trata de qualquer pronome pessoal reflexo (ele não se iluminou a si mesmo). Estamos perante uma construção inacusativa: «o sorriso da Menina iluminou-se» (por si mesmo).