1 – Sobre dêiticos ou deícticos, ver: Deícticos
Dúvida sobre deícticos
Deícticos de tempo
O conceito de subjectividade em linguística
2 – Anafórica: de anáfora. Sobre anáfora, ver:
Coesão referencial
Objecto directo anáforico e catáforico
Elementos de construção textual
3 – Sintagma
Um sintagma é um grupo de palavras constitutivo da frase. As palavras na frase aparecerem dispostas linearmente, mas elas, de facto, organizam-se em grupos (os sintagmas) com uma estrutura interna hierárquica.
Assim, cada sintagma tem um núcleo, e desse núcleo dependem outros elementos. Todos os elementos, para além do núcleo, que integram o sintagma (complementos, modificadores, determinantes, quantificadores...) estabelecem com o núcleo uma relação de dependência.
Pensemos no nome cão como núcleo de um sintagma [que, por ter como núcleo um nome (N), é designado por «sintagma nominal» (SN)]. Podemos ter:
O meu cão.
O cão da quinta.
Todos estes cães.
Um belíssimo cão.
Em todos estes exemplos temos um sintagma, mas não temos uma frase. Juntemos-lhe um sintagma verbal:
O meu |
vizinho |
comprou |
um |
cão |
enorme . |
N |
V |
N |
|||
SN |
SN |
||||
SV |
O sintagma verbal desta frase é constituído por um verbo que selecciona um complemento, realizado por um sintagma nominal («um cão enorme»). Por sua vez, este sintagma tem um núcleo («cão») do qual dependem «um» e «enorme»: há então uma estrutura hierárquica que integra outra estrutura hierárquica.
Basta, porém, um núcleo para a constituição de um sintagma. Por exemplo, o sintagma verbal pode ser constituído apenas pelo verbo:
O meu vizinho morreu.
Ver também: Sobre sintagma
4 – Enunciado gnó[ô]mico
De uma maneira geral, quando falamos (produzimos enunciados), localizamos temporalmente uma situação [estado ou acção] em função do momento da fala:
Está calor. (A situação é simultânea ao momento em que falo.)
Lavei a roupa. (A situação é anterior ao momento em que falo.)
Irei a Paris. (A situação é posterior ao momento em que falo.)
Podemos também localizar a situação em função de um ponto de referência intermédio, explicitado no discurso (na frase abaixo, a sublinhado):
Já tinha lavado a roupa quando o Pedro me bateu à porta.
Ora, um enunciado gnómico exprime uma situação que não tem nenhum ponto de referência temporal:
A Terra gira em torno do Sol.
O tempo verbal de um enunciado gnómico é o presente do indicativo.
Os axiomas, os postulados, as leis da ciência são enunciados gnómicos.