O provérbio «beleza não põe mesa», ou «beleza não se põe à mesa» (José Pedro Machado, O Grande Livro dos Provérbios, 3.ª ed., Lisboa, Ed. Notícias, 2005, p. 112), corresponde a uma forma mais simplificada de um outro provérbio, cujo sentido/significado é mais evidente: «Beleza e formosura não dão pão nem fartura» (idem).
Em tais provérbios sobressaem dois campos semânticos: o da beleza (e da formosura) e o da mesa (representada pelo pão, símbolo da alimentação, e da fartura, símbolo da abundância, do que se que se coloca na mesa). Entre esses dois bens, a beleza é desvalorizada em relação ao pão, à mesa, à fartura, sobressaindo o sentido prático da vida.
Com estes provérbios pretende-se passar a lição de que não nos devemos centrar na beleza, na aparência como valores primordiais, porque são supérfluos e vazios, destacando a sua inutilidade como fonte de vida e de saúde. Por sua vez, e em detrimento da beleza, o pão/a alimentação ganham destaque como elementos essenciais à sobrevivência, à saúde, à energia e ao bem-estar.