O radical é o constituinte da palavra com significado lexical que não inclui afixos de flexão, mas que pode incluir afixos derivacionais. Os verbos irregulares afastam-se do modelo de conjugação dos verbos regulares, apresentando alterações no radical e/ou nas suas desinências. Os verbos ser e ir são verbos muito irregulares, ou seja, têm uma flexão com diferentes radicais.
O verbo ser tem origem nos verbos latinos esse e sedere, e por isso apresenta radicais diferentes em formas como s- (somos, sou), er- (era) e com f- (fui, fora), que assentam no verbo latino esse, bem como se-, de sedere (seja, serei ou seria).
A flexão do verbo ir tem por base o fenómeno denominado supletivismo verbal, uma vez que provém de três verbos latinos diferentes apresentando formas com os radicais: ire (ia, irei, iria, indo, ido), vadere (vou, vais, vai, vamos, vão; vá, vás, vades) e fu- (radical do sistema do perfeito do verbo esse, «ser» — fui, fora, fosse, etc.).