A concordância verbal está correctíssima. Para melhor a compreendermos, vejamos o seguinte:
a) Os vocábulos o são pronomes demonstrativos. Por isso:
b) Este o é o mesmo que aquilo.
c) Este pronome o está desnecessariamente repetido duas vezes. Mas está propositadamente repetido para intensificação do seu valor semântico.
d) A ordem das palavras pode ser outra.
Vejamos, então, a mesma frase modificada sem alterar o sentido, havendo apenas a diminuição do valor intensivo dado pela repetição do pronome o:
Na Bíblia é descrito com sabedoria aquilo (= o) que era, que é e aquilo que virá.
A oração principal é a seguinte:
Na Bíblia, é descrito com sabedoria aquilo... e aquilo.
As outras orações são subordinadas à principal e relativas:
que era.. que é ... que virá.
O sujeito da cada uma destas orações é o pronome relativo que, cujo antecedente é aquilo (= o).
Cada pronome relativo é o sujeito de cada uma das orações a que pertence. Tem como antecedente o pronome aquilo (= o). E como o antecedente do que pertence ao singular, os três que (sujeito) pertencem também ao número singular. Como o verbo tem de concordar com o sujeito em número, tem de estar também na forma singular. Por isso, os verbos encontram-se em perfeita concordância.
Fui, talvez, demasiadamente minucioso. Resolvi proceder assim, porque não estou a par dos conhecimentos do estimado consulente.