A constituição do que é o predicado (verbal) depende do tipo de verbo em causa. Assim, importa dar conta da nomenclatura e designação para os vários tipos de verbos (pertinentes para a designação e delimitação de predicado) para, depois, podermos discutir o que é, afinal, esse constituinte frásico.
Verbos intransitivos – verbos que não admitem complementos e em que a acção não precisa de transitar para os elementos pospostos.
Exemplo: «Eu corro.» (Note-se que, nestes casos, eu poderia ter ainda «eu corro na estrada», mas a frase continua a ter sentido se disser apenas «eu corro»).
Verbos transitivos – verbos que exigem complementos e em que a acção transita para os elementos pospostos.
– directos – a acção transita directamente para os elementos pospostos. Exemplo: «Eu como o bolo.»
– indirectos – a acção transita indirectamente (através de outros elementos linguísticos, como preposições) para os elementos pospostos. Exemplo: «Eu assisto à conferência.»
– directos e indirectos – a acção transita directa e indirectamente para os elementos pospostos. Exemplo: «Eu dou o bolo à Ana.»
Se tivermos em conta estas definições, podemos verificar que por predicado se entende o conjunto de elementos exigidos pelo verbo em questão. Se for um verbo intransitivo, o predicado limita-se ao verbo; se for um verbo transitivo directo, o predicado é o verbo e o complemento directo; se for um verbo transitivo indirecto, o predicado é constituído pelo verbo e o complemento directo preposicionado ou o complemento indirecto; e se for um verbo transitivo directo e indirecto, o predicado é igual ao verbo e os dois tipos de complementos.
Note-se, porém, que em nenhum caso os complementos circunstanciais fazem parte do predicado. Esses são sempre elementos opcionais na frase e por isso não seleccionados pelo verbo.
Apesar de aparentemente simples, este é um assunto polémico e nem sempre linear, razão por que me parece que tantas vezes são levantadas questões como esta que coloca.