Bocage é o improviso, ou repentismo, no verso e na vida, no que já foge às marcações e à normatividade neoclássicas; um «drama em gente», para lá do que possa ter decalcado sobre Camões; a insubmissão do pensamento. Divinizado pela poesia, que é um «dom», entre paradoxos e extremos, o lodo e as alturas, propôs uma subjectividade magoada que no-lo diz pré- ou proto-romântico. Quando evoca os tão românticos temas do ostracismo e do exílio, a pátria que sucede não é só a terrena, mas sente-se a saudade desse passado-pátria que a vida vária do poeta deitou a perder.