Embora possamos admitir que, em termos semânticos, a ideia de coletivo pode ser mais evidente em fauna e flora, não podemos também afastar a noção de conjunto (ou de nome coletivo) do exemplo dado por Cunha e Cintra na Nova Gramática do Português Contemporâneo. Na frase em questão, literatura é o «conjunto de obras literárias de reconhecido valor estético», e língua é o «sistema de representação constituído por palavras e por regras que as combinam em frases que os indivíduos de uma comunidade linguística usam como principal meio de comunicação e de expressão, falado ou escrito» (Dicionário Houaiss).
Deste modo, causa-me igual estranheza dizer «fauna e flora marinha» como «língua e literatura portuguesa», excepto quando surgem como matérias de currículos académicos.