Presentismo é um neologismo que está a ser usado em trabalhos académicos, mas ainda não entrou nos dicionários do português contemporâneo.
Este termo parece ser a transposição do termo inglês presenteeism, que não tem exatamente o mesmo significado atribuído na pergunta:
«the practice of persistently working longer hours and taking fewer holidays than the terms of one's employment demand, esp as a result of fear of losing one's job» (Collins English Dictionary, em linha)
Tradução livre:
«A prática de trabalhar persistentemente, durante muitas horas e ter menos dias de férias do que prevê o contrato de trabalho, sobretudo por receio de perder o emprego.»
Os dicionários da Oxford University Press e da Cambridge University Press reiteram esta definição.
Assinale-se que o termo também passou ao espanhol como presentismo, ou mais precisamente presentismo laboral, conforme se observa no artigo dedicado a esta palavra nas páginas da Fundéu, por oposição aos conceitos associados a ausentismo e absentismo (também derivado do inglês absenteeism). É de notar que, nesse apontamento, se diz que o presentismo pode não repercutir-se num aumento da produtividade laboral.
Relativamente ao significado registado nos dicionários gerais de língua inglesa que foram consultados, o uso do termo em português tal como o consulente ilustra é uma modificação que parece dar maior enfoque à questão da produtividade, que é abordada pelo artigo da Fundéu, juntando-lhe ainda a questão da falta de capacidade de trabalho. Parece ser esta a conceção de presentismo que se encontra em trabalhos académicos elaborados em Portugal e relacionados com as áreas dos recursos humanos e da psicologia clínica:
«O presentismo é um conceito emergente na literatura organizacional (John[s], 2010), apesar de abordar um dos principais motivos das flutuações de produtividade individual no trabalho.O termo presentismo é utilizado para classificar a experiência que Hemp (2004, p 1) define como: “estar no trabalho e ao mesmo tempo fora dele, devido a condições deste tipo.» (Joana Maria Rodrigues Borges, Importância da Análise do Presentismo em Instituições de Saúde, tese de mestrado, Lisboa, ISCTE-Business School, pp. 13/14)1
Sublinhe-se, de qualquer forma, que presentismo não é um termo registado pelos dicionários gerais de que o português atualmente dispõe.
1 Referências: Hemp, P. (2004). Presenteeism: At work – but out of it. Harvard Business Review, 82, 49-58; Johns, G. (2010). Presenteeism in the workplace: A review and research agenda. Journal of Organizational Behavior, 31, 519–542.