O ditongo ui de muito é efetivamente nasal. A explicação é dada por Edwin B. Williams, Do Latim ao Português (Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 2001, 73; manteve-se a ortografia original):
«[...] O m inicial por vêzes nasalizava a vogal seguinte: matrem > mãe; mĕam > mĩa > minha; mĭhī > mi > mim; multum > muito [mũjntu]. Êsse fenômeno é muito comum no português dialetal e popular: mensem > mês > mẽs (R[evista] L[usitana], V, 59); mensam > mesa > mensa (R[evista] L[usitana], V, 58); mĭssam > missa > minsa (opúsculos, II, 313); mūlum > muu > mũ (R[evista] L[usitana], XXVI, 249); formas do verbo medir (R[evista] L[usitana], XXVI, 254, s. v. mil) [...].»