Nos dicionários de língua portuguesa que consultei, a palavra tatu tem diversos significados, nenhum deles relativo à tatuagem, que é o termo português que se deve usar para traduzir tattoo.
Cito, como exemplo, o conteúdo do verbete disponível na Infopédia da Porto Editora:
«tatu [a] nome masculino
1. MILITAR marcha e exibição militar acompanhada de música de charanga
2. fandango brasileiro
3. BOTÂNICA pequena árvore brasileira, da família das Mirtáceas, cuja madeira é apreciada em construções
4. ZOOLOGIA nome vulgar extensivo a uns mamíferos do grupo dos desdentados (xenartros) com o corpo protegido por uma forte couraça, pertencente à família dos Dasipodídeos, que habitam actualmente a América do Sul e a América Central, e são muito frequentes no Brasil (tatu-bola, tatu-de-rabo-mole, tatu-verdadeiro; etc.)
5. ZOOLOGIA variedade de porco, no Brasil.»
Apenas na Mordebe encontrei a forma “tatu” como variação de tattoo.
Todavia, o nome do agente, tatuador, está consagrado em diversos dicionários, como o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, o Dicionário Priberam on-line (Texto Editores) e o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea.
Trata-se de um derivado do verbo tatuar, igualmente atestado em português. Portanto, pode, legitimamente, usar qualquer desses termos em português.
Devo confessar que, se é verdade que também me causam estranheza e até repulsa adaptações como “cartune”, “tatu” ou “lóbi”, acredito que elas só nos chocam porque acontecem no presente e às vezes apenas por pura e simples embirração. Afinal, que importância damos ao facto de a palavra tatuagem, como massagem e viagem, ser, igualmente, o aportuguesamento de uma palavra estrangeira?