A consulente está certamente a referir-se aos insectos designados por efémeros no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa. O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa regista também a forma efemérida, derivada de efémero com o sufixo -ida, a qual se aplica ao insecto que, em estado adulto, vive apenas alguns dias. No entanto, não posso garantir que o adjectivo tenha surgido para caracterizar tal insecto. A palavra tem origem no grego antigo, no adjectivo com a forma ‘ephêmeros, on’ («de um dia»), derivado de ‘epi’ («sobre») + ‘hemerai’, dativo de ‘hemera’ («dia»), proveniente da raiz indo-europeia *amer- («dia»). Este adjectivo passou ao latim como ‘ephemeron, i’, significando «lírio branco silvestre» e «animal que nasce e morre no mesmo dia» (ver Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). Da mesma família, há a registar ainda efeméride, do grego ‘ephemeris’ através do latim ‘ephemerides’ (plural de ‘ephemeris’), com a acepção genérica de «diário, livro, ou agenda» (Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa) e a mais específica de «tábua astronómica que registra, em intervalos de tempo regulares, a posição relativa de um astro» (ver Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).