Ambas as frases estão corretas — «O seu habitual donativo tem, neste ano, um objetivo muito concreto» e «O seu habitual donativo tem, este ano, um objetivo muito concreto» —, pois é legítimo o uso de complementos circunstanciais de valor temporal com ou sem a preposição. Repare-se nos seguintes exemplos apresentados por Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa, Sá da Costa, 2001, p. 329):
«Esta tarde para mim tem uma doçura nova» (Ribeiro Couto, Poesias Reunidas, 83).
«Neste momento há um rapaz que gosta de mim, um inglês» (Urbano Tavares Rodrigues, A Noite Roxa, 13).
Também Maria Helena de Moura Neves, no seu Guia de Uso do Português – Confrontando regras e uso (São Paulo, UNESP, 2003, pp. 317 e 541), esclarece que, «com ou sem a preposição em, as expressões [este ano, este mês, esta noite e neste ano, neste mês, nesta noite, etc.] indicam localização no tempo», comprovando a sua afirmação com os seguintes exemplos:
«E a colheita vai ser boa este ano» (Mott. O. B., A Transamazônica, São Paulo, Atual, s. d.).
«Neste ano que passava, o inverno foi fraco, o verão se adiantou e o olho d´água dos índios mal pingava» (Queiroz, R., Memorial de Maria Mouro, 1992).
«Este mês não veio marmelada» (António, J., Malagueta, Perus e Bacanaço, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1976).
«E logo neste mês, em que ia ser promovido a tenente, fico preso, e lá se vai a promoção» (Proença, M. C., O Alferes, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1967).
«O que pretendia fazer esta noite era uma nova indecência» (Lessa, O., Balbino, o Homem do Mar, Rio de Janeiro, José Olympio, 1970).
«Falei que nesta noite eu precisava ir direito para um banho» (Noll, G. G., Harmada, São Paulo, Cia. das Letras, 1993).
Cf. «Nesta semana»