O emprego do conjuntivo em geral, ou de qualquer outro modo, depende da intenção do falante e não tem nada que ver com o tipo de pessoa a quem ele se refere ou escolhe para sujeito, mas com o modo como concebe a acção, com a natureza dessa acção, desse facto.
Quem constrói a frase é que sabe em que tempo quer colocar a acção (tempo verbal) e de que maneira, de que modo, a quer enunciar (modo verbal).
Ao utilizarmos o modo conjuntivo, consideramos a existência do facto a que nos vamos referir como algo de incerto, duvidoso, hipotético, eventual, ou, mesmo irreal, absurdo. Por outro lado, o conjuntivo é o modo exigido em orações que dependem de outras cujos verbos contêm a ideia de desejo, pedido, súplica, vontade, ordem, conselho, proibição, dúvida, lamento, negação, rejeição, condição, ou similares.
Naturalmente que o tempo verbal é importante, porque a utilização de um determinado tempo/modo (par indissociável) utilizado na oração principal vai condicionar na frase os outros tempos e modos.
Na 1.ª frase que transcreve, foi utilizado o pretérito imperfeito do conjuntivo, porque se pôs a hipótese de a consulente ter dúvidas. Essa hipótese foi colocada na sequência do condicional “seria”, daí o uso do imperfeito do conjuntivo. Se, por exemplo, em vez desse condicional “seria”, tivesse sido utilizado o futuro do indicativo (“será”), já o tempo a empregar a seguir seria o presente do conjuntivo: “...o melhor será enviar frases em que tenha dúvidas.”
Na 2.ª frase, esse imperfeito do conjuntivo (“julgasse”) também exprime uma hipótese, hipótese essa colocada no passado.
Na 3.ª frase, com o pretérito mais-que-perfeito do conjuntivo (“tivesse dito”), pretende o autor da frase indicar uma acção irreal em tempo passado. Ao empregar o presente do indicativo (“não conheço”), o autor poderia ter utilizado o pretérito perfeito do conjuntivo (“Não conheço ninguém que tenha dito isso.”), mas utilizou o pretérito mais-que-perfeito do conjuntivo precisamente para traduzir essa irrealidade da acção.
Na 4.ª frase, foi utilizado o futuro do conjuntivo, porque o falante exprime a eventualidade de haver pessoas que precisem do seu interlocutor. Nessa eventualidade, ele dá-lhe um conselho (“ajuda”), com o verbo no imperativo, do qual decorre o futuro do conjuntivo.