O acordo ortográfico de 1945, por que ainda nos regemos, não é muito explícito quanto ao uso das maiúsculas em casos como o que expõe. Uma pesquisa no Corpus do Português mostra que a prática em Portugal tem oscilado entre as duas formas de escrever. No entanto, há recomendações, no Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves (Coimbra, Atlântida Editora, 1947, pág. 336/337), e nas Instruções: Regras a seguir por compositores e revisores, de Artur Sousa Gomes (Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1970), no sentido de escrever com minúscula, sempre que o nome do acidente geográfico (mar, lago, arquipélago…) não fizer parte integrante da denominação, ou seja, sempre que se possa designar de forma autónoma. Seguindo estas orientações, a sua interpretação está corre{#c|}ta, embora, pessoalmente, não sinta grande à-vontade em dizer apenas «Cáspio», ou «o Cáspio», pelo menos não como digo «o Atlântico», ou «o Mediterrâneo»…
Na verdade, a prática revela alguma indefinição no uso das maiúsculas em casos como o que descreve. Talvez por isso, na Base XIX, ponto 2.º, do novo Acordo Ortográfico, são contempladas as duas possibilidades de uso (maiúscula ou minúscula) em relação aos logradouros e lugares públicos:
«(i) Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ou hierarquicamente, em início de versos, em categorizações de logradouros públicos (rua ou Rua da Liberdade, largo ou Largo dos Leões), de templos (igreja ou Igreja do Bonfim, templo ou Templo do Apostolado Positivista), de edifícios (palácio ou Palácio da Cultura, edifício ou Edifício Azevedo Cunha).»
Embora seja omisso relativamente à designação dos acidentes geográficos (mares, serras, etc.), talvez se possa generalizar e usar o mesmo procedimento, o que virá apenas consagrar o que já se vai praticando.