Segundo o «Dicionário Onomástico Etimológico», de José Pedro Machado, os bizantinos usavam a forma `Manouel´ e há registos antigos em Portugal do nome Manoel. Neste país, ainda temos vários manoéis; um deles é o cineasta Manoel de Oliveira, bem conhecido; e, nas listas telefónicas, Manoel ainda aparece, até como apelido.
A grafia Manuel está porém oficializada de longa data em Portugal. O Vocabulário Ortográfico da Língua portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa, publicado em 1940, já registava Manuel e não Manoel. Notar que, se a terminação uel é mais frequente, a terminação oel também existe na língua em nomes comuns.
É natural que no Brasil se conservasse a grafia Manoel, o que aceito perfeitamente: a família na língua também é sempre a mesma. E, no fundo, qualquer das duas formas de escrever tem idêntico valor espiritual para os crentes: representam, uma e outra, o termo bíblico adaptado Emanuel (Deus connosco), atribuído a Jesus (Jehoxuá: «Jeová ajuda ou é salvador»), curiosamente profetizado muitos anos antes.
Sublinho que as nossas normas ortográficas em vigor aceitam que os nomes sejam grafados de acordo com o seu registo oficial.
Ao seu dispor,