As duas construções estão corretas. Pode-se empregar mais e menos ou maior e menor com nomes não contáveis e abstratos: «mais/menos empenho, acesso, trabalho»1; «maior/menor empenho, acesso, trabalho». Neste caso, as formas mais e menos são classificadas como pronomes adjetivos indefinidos no Brasil (cf. Nomenclatura Gramatical Brasileira de 1959 e E. Bechara, Moderna Gramática Portuguesa, 2002, pág. 169).
Em Portugal, parece não haver a tradição de classificar mais e menos também como pronomes, determinantes ou quantificadores, a julgar pela sua ausência entre os pronomes indefinidos nas gramáticas tradicionais (por exemplo, na Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, págs. 356-366) ou entre os quantificadores existenciais no Dicionário Terminológico (DT). No entanto, mais e menos associados a substantivos correspondem à definição dos quantificadores existenciais apresentada no DT, uma vez que, à semelhança de muitos e poucos, são empregados «para expressar uma quantidade [...] relativa a um valor considerado como ponto de referência» (idem; exemplos da fonte consultada):
(1) «Vários alunos faltaram ao teste. (Uma quantidade não precisa de alunos faltou ao teste)»
(2) «Muitos alunos faltaram ao teste. (O número de alunos que faltaram ao teste é superior à quantidade média).»
A diferença no uso de mais e menos reside no seu valor comparativo, em relação a uma quantidade precisa:
(3) «Mais/menos alunos faltaram ao teste (do que aqueles que faltaram no ano passado).»
1Trabalho é não contável no sentido de «ocupação profissional»: «Há falta de trabalho.»