Deve haver um equívoco. Na minha resposta «Trompete, tolerância» usei o termo laxismo e não laxiorismo.
De facto, o termo laxiorismo (com o sentido de opinião relaxada em moral) existe também no léxico da comum língua. Está registado no Vocabulário da Academia das Ciências de Lisboa, 1940, no Grande Dicionário da Língua Portuguesa, projecto da Sociedade da Língua Portuguesa, e está registado no recente e completo Vocabulário da Academia Brasileira de Letras.
No entanto, com o sentido de tendência para fugir ao dever, é presentemente laxismo (do francês “laxisme”) que se está a usar (dicionários vários, nomeadamente o brasileiro Aurélio e o Houaiss-port. e.).
Ninguém o poderá censurar por usar laxiorismo, se tiver a certeza de que é entendido. Parece-me, porém, que fica mais actualizado com o simplificado laxismo, de que já existem as formas derivadas: laxista, laxístico.
Como sempre digo, é lesa-linguagem não usar o termo vernáculo e preferir o estrangeirismo; mas, por outro lado, é arcaísmo insistir em termos que, na evolução da língua, foram naturalmente substituídos por outros em uso por serem mais simples ou mais adequados a transmitir a ideia nos novos tempos. A condição fundamental é que esses novos termos respeitem as características do idioma, o que se passa com o laxismo (vd., p. ex., laxar, do latim `laxare´: afrouxar).
Ao seu dispor,