Laus era a forma que Rebelo Gonçalves defendia no Vocabulário da Língua Portuguesa, publicado em 1966 (manteve-se a ortografia original):
«Laus, etn. m. pl. e top. m. pl. dado que o top., designativo de um país asiático, procede directamente de um etn. m. pl., é impróprio o seu emprego no masc. sing.: dir-se-á correctamente, em acepção toponímica, os Laus, dos Laus, nos Laus, etc., e não, à imitação do fr. Laos (le), o Laus, do Laus, no Laus, etc. Quanto a dever adoptar-se, no uso actual, a forma monissilábica Laus em vez da antiga forma dissilábica Laos (e, por extensão, como adj. e subst. com., a forma lau em vez da sissilábica lao), veja-se o Trat. Ort. p. 135, n. 4: Inteiramente de rejeitar o barbarismo Laocianos (decalque do fr. Laotiens) e, consequentemnte, laociano.»
Contudo, o certo é que, na atualidade, Laos e Laociano/laociano se impôem de tal modo no uso, que vários recursos normativos registam estas formas, e não as que propunha Rebelo Gonçalves. Assim, o Código de Redação Interinstitucional para a escrita do português na instituições europeias consigna Laos e laociano. O mesmo faz o Vocabulário Ortográfico de Português. Outros vocabulários ortográficos apresentam ainda, a par de laociano, a forma laosiano; são eles o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Porto Editora (versão impressa), e o VOLP da ABL, seguindo, de resto, os registos de laosiano e laociano que se encontram no Dicionário Houaiss e no Aurélio XXI. De notar que nos referidos dicionários a forma laociano remete para laosiano, facto que permite inferir ser esta a forma recomendada. Assinale-se, por último, que o Vocabulário Ortográfico Atualizado da Língua Portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa, acolhe só laosiano.
Sendo assim, parece que modernamente, apesar do que já foi dito por outros consultores, a norma começa a aceitar Laos como forma genralizada do nome em apreço. Quanto ao respetivo gentílico, há maior hesitação, muito embora laosiano se saliente como uma boa opção, como derivado de Laos, porque encontra casos paralelos como altasiano e keynesiano, que, como laosiano de Laos, também derivam de nomes terminados em -s, a saber, Atlas e Keynes (cf. Dicionário Houaiss).