No Dicionário de Regimes de Substantivos e Adjetivos, de Francisco Fernandes, Editora Globo, a palavra imunidade aparece como podendo reger as preposições a, contra e de. No entanto, as abonações apresentadas não se enquadram no contexto em análise, pelo que não será fácil deduzir a melhor aplicação, partindo dos exemplos ali indicados («imunidade à extradição», «imunidade a ressentimentos políticos»…)
Uma pesquisa no Corpus do Português não permitiu tirar conclusões, dado que o número de ocorrências é limitado (cinco para «imunidade contra», em Portugal, e uma para «imunidade a», no Brasil).
Pesquisando no Google, poderemos concluir que ambas as preposições são utilizadas no mesmo contexto e com o mesmo significado. Tanto ocorre «imunidade a vírus», como «imunidade contra vírus», por exemplo. E essa variação entre uma preposição e a outra acontece tanto no Brasil como em Portugal.
A situação descrita poderá ocorrer por associação a imune, que rege a preposição a («ser imune a vírus») e a imunizado, que rege a preposição contra («estar imunizado contra vírus»). Este facto talvez explique a equivalência de sentido veiculado pelas duas preposições, contrariamente ao que se esperaria. Com efeito, o valor de oposição, à partida, é mais característico na preposição contra do que na preposição a.
Voltando à questão inicial, creio que ambas as situações são possíveis. Porque se trata de uma utilização especializada da língua, só os profissionais da área se poderão manifestar preterindo (ou preferindo) uma das formas.