A história da Língua Portuguesa começou rigorosamente com a difusão do latim vulgar trazido para a Península Hispânica pelos soldados, colonos e funcionários romanos, quando se fez a invasão romana a seguir à 2ª. guerra púnica. Segundo os especialistas, a duração do latim vulgar (ou popular) foi de cerca de 800 anos, de 200 a. C. a 600 d. C. No caso da Península, esse latim hispânico, caracterizado sobretudo vocabularmente, teria dado, na zona que nos interessa, o latim lusitânico, isto é a sua evolução na Lusitânia, a partir de 193 a. C., ano de que datam os mais antigos testemunhos históricos das lutas dos Romanos com os Lusitanos. Estes, que só foram submetidos cerca de 30 a. C., falavam céltico, língua que foi suplantada pelo latim vulgar, com a ajuda do parentesco entre ambos os idiomas. Do latim lusitânico passou-se para o romanço, que por seu turno foi tomando características próprias até constituir o português.
A época pré-histórica da nossa língua começa no latim lusitânico, indo do séc. I da era cristã até ao séc. IX, em que começam a aparecer documentos em latim bárbaro, onde transparecem palavras que os notários iam buscar à língua falada, as quais, no caso do nosso país, podemos considerar portuguesas. Esta fase da língua portuguesa, que decorre até ao séc. XII, constitui a época proto-histórica da nossa língua. Do séc. XII até aos nossos dias estende-se a época histórica do português, isto é a que tem por terminus a quo a data do 1.º documento redigido inteiramente em português, distinguindo-se nesta época duas fases ou períodos: o arcaico, até ao séc. XVI, e o moderno, que chega até aos nossos dias.
Para mais pormenores e maior desenvolvimento do assunto, cf. o nosso livro O Português entre as Línguas do Mundo (Situação. História. Variedades), Livraria Almedina, Coimbra 1985.