Parece que é sobretudo no Brasil que surgem problemas com a forma desta locução.
A que está atestada é haja vista, que significa «leve-se em conta, considere-se (algo que indica, confirma ou ilustra aquilo que se afirmou anteriormente); haja em vista» (Dicionário Houaiss Eletrônico) e é equivalente de haja em vista. Transcrevo os comentários sobre esta locução que se encontram no Dicionário Houaiss: «[...] haja vista pode reger ou não a partícula a (lutaremos, haja vista [a] o armamento que já reunimos) ou a partícula de (haja vista das razões expostas); tb. pode manter-se invariável (haja vista as armas que já reunimos) ou pode flexionar o substantivo vista (haja vistas as armas; haja visto o armamento que reunimos) ou o verbo haver (hajam vista os argumentos apresentados); quando rege a partícula em, permanece invariável (haja em vista as armas).» Outra coisa é saber se a expressão haja vista pode ser utilizada no contexto apresentado pela pergunta. O que aí se vê é que a locução é seguida de uma oração cujo sujeito está subentendido, mas retoma anaforicamente o da oração anterior («Ermenegildo»), e cujo predicado é constituído por um infinito flexionado («encontrar-se»). Acontece que, nos dicionários consultados, o uso da locução está atestado com expressões nominais e nunca com orações. Há, portanto, alguma confusão no uso de haja vista, que, na frase que nos é proposta, deveria ser substituída por dado ou visto, que têm valor conjuncional causal («porque») e admitem a introdução de orações de infinito: «Ermenegildo não virá hoje, visto encontrar-se no estrangeiro.»