Em síntese, o pretérito imperfeito do indicativo é usado para:
(i) Designar um acontecimento passado mas não acabado, ou seja, imperfeito;
(ii) Designar uma acção passada habitual;
(iii) Descrever ou narrar, devido ao seu carácter reiterativo;
(iv) Fazer pedidos, como forma de cortesia;
(v) Substituir «pelo futuro do pretérito para denotar um facto que seria consequência certa e imediata de outro, que não ocorreu, ou não poderia ocorrer» (Cunha, 1991).
E o futuro do pretérito ou condicional utiliza-se para:
(i) Indicar acontecimentos posteriores à época de que se fala;
(ii) Exprimir incerteza, dúvida, probabilidade;
(iii) Exprimir surpresa ou indignação em frases interrogativas ou exclamativas;
(iv) «(…) afirmações condicionadas que designam factos que não se realizaram e que provavelmente não se realizarão» (Cunha, 1991)
Ora, na frase em questão, estamos perante uma situação em que o futuro do pretérito («estariam») poderia ter sido substituído pelo pretérito imperfeito («estavam»), e, portanto, a utilização quer de um tempo verbal quer de outro está correcta.
Sempre ao seu dispor.
Bibliografia consultada:
Cunha, Celso e Cintra, Lindley (1991), Nova Gramática do Português Contemporâneo, págs. 450-453 e 461/462.