As frases imperativas equivalem, prototipicamente, a ordens. O locutor, ou emissor, dirige-se ao alocutário, ou receptor, dando-lhe a conhecer que ele terá que fazer algo. O sujeito da frase imperativa será, então, a entidade que vai desempenhar a tarefa, ou ordem, de que foi incumbido. Assim sendo, o sujeito da imperativa tem que ser uma entidade agente.
É por esta razão que não há frases imperativas na passiva. Podemos ordenar a alguém que faça um trabalho, mas não é possível ordenar ao trabalho que seja feito!
Porém, isso não invalida que o modo imperativo ocorra em frases passivas, que, todavia, não equivalem a ordens.
É o que acontece com a frase em apreço. Ela está, efectivamente, passiva, mas não é imperativa. É, antes, exortativa. Não se trata de uma ordem, mas da expressão de um desejo.
Mesmo numa frase como «quero que seja feito o trabalho.» que veicula uma vontade, do ponto de vista formal não é uma frase imperativa, pois não é dada uma ordem a ninguém. Dá-se, antes, uma informação…