No Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, ferramenta tem nove acepções, entre as quais quatro são básicas, no sentido em que definem o sentido genérico do termo, enquanto cinco são suas extensões, isto é, surgem através de processos metafóricos. A acepção mais referencialmente específica do termo é «qualquer apetrecho de metal us[ado] em artes e ofícios. Ex.: enxada, pá e martelo são f[erramentas]».
Quanto a máquina, temos, no referido dicionário, onze acepções que têm entre si diferentes relações de afinidade semântica. De entre elas, destaco a primeira e a segunda: «1. engenho destinado a transformar uma forma de energia em outra e/ou utilizar essa transformação para produzir determinado efeito. [Genericamente, classificam-se as máquinas em simples, as constituídas de uma só peça (são elas: a alavanca, a cunha, o eixo, o parafuso, o plano inclinado e a roda), e compostas, aquelas cuja operabilidade depende da ação combinada de duas ou mais partes (são elas: a vapor, de explosão, de combustão, pneumática, elétrica, eletrônica, nuclear).]; 2. qualquer equipamento que empregue força mecânica, composto de peças interligadas, cada qual com uma função específica, e em que o trabalho humano é substituído pela ação do mecanismo.»
Desta maneira, diria que enquanto ferramenta é usada para designar um apetrecho que, como extensão do corpo humano, aumenta a sua capacidade transformadora, a máquina é concebida para substituir a acção directa do corpo humano. Este contraste não impede que digamos que o computador portátil, que é uma máquina, seja também uma ferramenta de trabalho… mental, sobretudo.