Relativamente à virgulação dos advérbios, Sá Nogueira é taxativo: «Os advérbios pospõem-se em regra aos verbos, mas também podem antepor-se, e, quer num caso quer no outro, nunca se separam por vírgulas, a não ser quando haja alguma intercalação».
Não serei tão peremptória, mas os advérbio de modo terminados em -mente sistematicamente colocados entre vírgulas quebram a sequência da frase e podem prejudicar a sua clareza.
Tirando dois ou três casos, a obrigatoriedade da vírgula não é regra que não admita excepção. Quem escreve é que sabe onde quer pôr mais expressividade, como pode exprimir mais claramente as suas ideias. Nos exemplos que apresenta, pode sempre prescindir da vírgula (excepto para separar as palavras ou expressões de teor intercalado ou explicativo com efeito; assim; de certo modo; em geral). Depende do contexto, do ritmo do discurso, do estilo do autor.