Brejo, «pântano, lamaçal; terreno inculto que só produz urzes, matagal» (Dicionário de Língua portuguesa da Porto Editora, 2009), terá origem pré-romana, numa forma talvez céltica *bracum. É, no entanto, possível que na evolução fonetica da palavra tenha havido a influência do árabe.
O Dicionário Houaiss parece lacónico a respeito deste vocábulo: «orig[em] obsc[ura]; segundo J[osé Pedro] M[achado], prov[avelmente] céltica, com influência moç[árabe], doc[umentado] em 1176 e, como top[ónimo] bregium, em 1257; ver brej-; f[orma] hist[órica] 1176 brejo, 1540 bregio, 1567 brejo.» No entanto, o mesmo dicionário detém-se um pouco mais com o radical brej-:
«antepositivo, do port[uguês] brejo, de orig[em] contr[o]v[ersa]; J[osé] P[edro] Machado, s.v. brejo, recorre a Wartburg, citando Kleinhans, que menciona o címbrio brag-wair e brag-welt, nomes de plantas aquáticas, e a pal[avra] *bracum, de orig[em] céltica, e acrescenta: "Brejo, 'terra húmida, lodosa (...)', é vocábulo do Sul de Portugal, pelo que não parece difícil admitir na sua evolução o intermédio moç[árabe]: á > e e g > j", hipótese corroborada por Heckler et alii, s.v. brejal; a cognação port[uguesa] (em parte, muito viva, no Brasil) inclui: abrejamento, abrejar, abrejeirado, abrejeiramento, abrejeirar; breja, brejado, brejal, brejão, brejãozense, brejatubense, brejaúba/brejaúva, brejaubense/brejauvense, brejeira, brejeirada, brejeiral, brejeirão, brejeirar, brejeirice, brejeiro, brejeirório, brejeirote, brejense, brejento, brejetubense, brejina, brejinhense, brejo (e alguns comp[ostos] com brejo-), brejoeira, brejoeiro, brejoense, brejonense, brejoso.»