O verbo espoletar foi formado com base no substantivo espoleta, que significa: dispositivo que produz a detonação das cargas explosivas.
Espoletar é colocar a espoleta numa granada ou numa outra carga explosiva. A espoleta das granadas de artilharia tem a forma dos cartuchos das espingardas de caça.
O acto de colocar a espoleta numa granada ou noutra carga explosiva é uma fase preparatória, porque, se o rebentamento fosse imediato, não haveria segurança para os que colocam as espoletas e lidam com as granadas.
Nunca usei a expressão “espoletar uma crise” porque nunca a julguei adequada, tanto mais que efectuei o serviço militar na arma de Artilharia. Nunca me pareceu uma boa imagem porque sei bem a diferença que existe entre colocar uma espoleta numa granada e provocar o rebentamento desta última.
Vou dar o exemplo com as granadas da artilharia de campanha.
As peças de artilharia imprimem um movimento rotativo às granadas para que elas tenham um percurso com grande regularidade. É esse movimento rotativo que arma a espoleta, a qual irá provocar a explosão da granada apenas quando esta estiver perto do solo ou depois de embater no solo.
Há, portanto, várias fases:
2 – Disparar a granada com a espoleta.
3 – Armar a espoleta no percurso.
4 – Activar a espoleta para facilitar a explosão, com as ondas de choque ou com o embate no solo.