Uma das grandes riquezas de uma língua é poder cada falante dar asas à sua criatividade e veicular uma mesma ideia de diversas formas, todas correctas, todas sancionadas pela norma!
Na questão que coloca, prezado consulente, há dois aspectos a realçar:
O uso do pronome indefinido ninguém e a estrutura comparativa associada ao verbo saber.
Uso do pronome ninguém:
Como pronome, o indefinido ninguém pode desempenhar as mesmas funções que caracterizam os nomes:
Sujeito: «Ninguém o viu sair».
Complemento directo: «Não vi ninguém».
Agente da passiva: «Não foi visto por ninguém».
Etc.
Nos exemplos que apresenta e que se transcrevem, a função desempenhada pelo pronome é a de sujeito em (1) e (3), e a de complemento directo em (2):
(1) «Ninguém sabe mais [do] que ele.»
(2) «Ele sabe mais [do] que ninguém.»
(3) «mas ninguém mais do que o velho Monforte...»
Em (3) está subentendido um verbo, que poderá ser saber (não me é possível confirmar, neste momento) e cuja posição canónica se situa logo a seguir ao pronome:
(4) «mas ninguém [sabe] mais do que o velho Monforte…»
O indefinido na frase (2) adquire contornos interessantes, pois o seu sentido, mais do que ninguém, é todo o mundo. Esta característica permite que, em ambas as frases (1) e (2), seja ele quem sabe mais.
Relativamente à comparação que existe nas frases e que se realiza sempre da mesma forma, isto é, verbo mais estrutura comparativa, a palavra abrangida é o próprio verbo, pelo que não há nada a assinalar.
Em conclusão, as frases em apreço são todas correctas, ficando ao critério do falante qual a que pretende utilizar. Neste critério, como sempre que a língua nos permite várias opções, cada um opta pela expressão com que melhor se identifica.