Donde ou de onde?
Este tipo de dúvidas já me surgiu em várias situações, como "donde vieram" ou "de onde vieram".
Este tipo de dúvidas já me surgiu em várias situações, como "donde vieram" ou "de onde vieram".
Dependendo do contexto e do que pretende dizer, poderá utilizar um termo ou o outro.
A contracção da preposição de e do advérbio onde (donde) é utilizada vulgarmente quando se pretende indicar uma procedência, uma origem, uma causa, ou iniciar uma conclusão, como nos seguintes exemplos da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira: «Donde tanta desordem – donde tanta confusão no mundo? Sabeis donde?», António Vieira, Sermões, VII, 15, § 5, n.º 535, p. 505; «donde se conclui que é falsa a asserção». Também nas frases interrogativas se usa donde para indagar sobre a proveniência: «Uma carta que lhe dizia respeito! Donde viria?», Teixeira de Queirós, Ao Sol e à Chuva, cap. 17, p. 238.
No Dicionário da Língua Portuguesa Novo Aurélio Século XXI, registam-se exemplos em que donde indica a origem, a causa («Donde aquela magreza?»), mas também a conclusão, como sinónimo de daí: «É autor de categoria, donde a indicação de seu nome para o prémio literário.»
A locução adverbial de onde indica uma procedência espacial, significando apenas «de que lugar», «do qual lugar», «do lugar em que». Exemplos registados na enciclopédia acima referida: «Que se daqui escapar, que lá diante / Vá cair de onde nunca se alevante», Luís de Camões, Os Lusíadas, I, 83; «... ninho preparado para a alegria, mas onde se agasalha a mágoa e de onde o homem deixa fugir as esperanças», António Austregésilo, Pequenos Males, p. 10; «... todos sentiam como se sente um perfume sem saber de onde ele vem». Assim, a locução de onde é sinónima de donde quando se refere a origem espacial, sendo normalmente utilizada em frases afirmativas. Nesta acepção, a escolha de um ou outro termo decorre do estilo pessoal.
De onde é sempre separado quando faz parte das seguintes locuções adverbiais: de onde em onde, de onde a onde.