O determinante em questão está no plural pela regra de concordância, visto que o nome a que se associa, no caso, «carros», é o plural de carro. Mas meu é sempre um determinante que se relaciona com pronomes e formas verbais na 1.ª pessoa do singular (eu, tenho). Por outras palavras, uma coisa é a concordância do determinante possessivo com um nome («os meus carros», no plural), e outra, a sua relação com o sistema prononimal definido pelos participantes do discurso (eu, tu ou você, nós, vós ou vocês) ou pelas entidades que esses participantes referem (ele, ela, eles, elas). O Dicionário Terminológico aponta isso mesmo, frisando a relação de posse geralmente marcada por esta subclasse de determinantes: «[o determinante possessivo] tem um valor deíctico ou anafórico, contribuindo para a construção da referência do nome que precede através do estabelecimento de uma relação de posse entre o nome e, por exemplo, um participante do discurso ["O meu carro é o melhor"] ou um antecedente textual ["Todos os pais pegaram nos seus filhos e saíram" – "seus" refere-se a "todos os pais"].»