Tanto faz dizer designadamente como nomeadamente.
É uma muleta da linguagem da Administração Pública, que se utiliza noutros sectores da vida portuguesa e, por vezes, dificulta a compreensão dos textos.
Por exemplo:
«O Governo admitiu tomar várias medidas, designadamente a criação do sindicato da polícia e a despenalização do consumo da droga, que podem indiciar uma viragem à esquerda.»
Talvez seja mais directa a seguinte redacção:
«A criação do sindicato da polícia e a despenalização do consumo da droga, admitidas pelo Governo, podem indicar uma viragem à esquerda.»
No exemplo dado, o inconveniente resume-se à linguagem prolixa, mas, noutros casos, um designadamente (ou um nomeadamente) pode-se tornar enganoso. Assim: «É proibido afixar cartazes fora dos locais previstos por portaria municipal, nomeadamente em edifícios públicos, habitacionais e de escritórios.» Este nomeadamente, bem como o que se lhe segue, só vem complicar.
Apesar de vago, torna-se muito mais claro dizer apenas: «É proibido afixar cartazes fora dos locais previstos por portaria municipal.»