1 - Deve escrever-se em itálico ou então entre aspas, para indicar que se trata dum estrangeirismo.
2 - Pronuncia-se /dizain(e)/.
3 - Em português também há debuxo, mas é mais no sentido de "esboço".
4 - Se utlizarmos "designer gráfico" para o masculino, é claro que o feminino terá de ser "designer gráfica".
5 - Porque não dizer sempre desenhador/a, acompanhado ou não de "gráfico/a"? Prezemos a nossa língua!
N.E. – José Neves Henriques, no seu livro Comunicação e Língua Portuguesa, regista as seguintes acepções à palavra inglesa "design": desenho; projecto; plano; delineamento; esboço; traçado; construção; estruturação; criação, concepção; feitio; cálculo; formato; técnica de construção; realização; debuxo; tipo; forma; orientação; planejamento; intento, desígnio, criação; desenho industrial. E escreve:
«Neste particular, a língua portuguesa é bem mais rica do que a inglesa. Temos à disposição muitas palavras. Basta escolher uma delas para cada caso. O que é necessário é conhecer bem a nossa língua, o assunto e a situação para nos ser possível adoptar um ou outro vocábulo – o vocábulo preciso para cada caso.
Nem sempre se percebe em que sentido tal ou tal consulente deseja ser esclarecido sobre a palavra "design". Julgo, porém, que a maior parte é naquele em que se pode usar o sintagma desenho industrial – e muitos o usam. O caso apresenta-se um pouco difícil para algumas pessoas; mas em parte – pelo menos em parte – é por não estarem habituadas a usar desenho industrial. Além desta expressão, há uma palavra bem portuguesa, que me parece muito apropriada para o caso. Por isso remeto os interessados para um artigo do Dr. José Pedro Machado, inserto no Boletim “A Bem da Língua Portuguesa, publicado pela Sociedade da Língua Portuguesa, ano XII, pgs. 207 e 208, onde o autor propõe o vocábulo risco, muito do nosso uso, pelo menos nalgumas regiões. São dele as seguintes palavras:
“A tal respeito, ouso fazer uma proposta sugerida por nome, não sei se ainda em uso, de repartição do Arsenal da Marinha, a célebre sala do risco, onde planeavam e desenhavam navios e peças de construção naval.
Popularmente também se diz o risco de um bordado, de um vestido, de ma mesa e, até de uma casa…
Talvez o risco tenha menos amplitude significativa, mas em todo o caso é uma sugestão que fica.”
A estas palavras acrescento que tenho trocado impressões sobre esta designação com especialistas no assunto, e todos eles concordam em que, de facto, o vocábulo risco tem, ou facilmente lhe podemos dar, a riqueza semântica que vemos na palavra inglesa.
Note-se que a relutância em se aceitar risco (talvez preferível a desenho industrial) deve estar no facto de muitas pessoas se terem já habituado ao dizer “design”.
Risco não é somente o traçado, é, também, a própria concepção, e planeamento, ainda que apenas mental; é, igualmente, criação, quer esteja ou não materializada no papel ou na obra feita. Parece-me, pois, a palavra apropriada.»