Uma corrente literária, única no seu tempo ou coexistindo com outras, define-se dentro de uma época cultural (ou dentro de um período, quando se tratar de um lapso cultural mais breve); com ou sem fases, decorre de uma escola, grupo ou de sujeito isolado; assenta num espírito comum, ou numa comunidade de preocupações, textualmente afins ou diversas: podem ser só textos líricos, mas também a conjugação de vários, com o que se forma um movimento, que, às vezes, define um século ou uma civilização. Assim, o Romantismo é mais do que a literatura, para ser, igualmente, o liberalismo na política, etc. Recomendamos, a propósito, Jorge de Sena (em que nos inspiramos), com o seu «Para uma definição periodológica do Romantismo português», in Estudos de Literatura Portuguesa – I, Lisboa, Edições 70, 1981, p. 95-106.