É possível que o inglês “replica”, «réplica, cópia [de um objecto]» (ver Dicionário Verbo Oxford Inglês-Português, 2003), esteja a contribuir para o uso pouco adequado de réplica. Contudo, observe-se que réplica já há bastante tempo que também significa em português «exemplar de uma obra de arte repetido do original» (José Pedro Machado, Grande Dicionário da Língua Portuguesa), o que é o mesmo que ter como sinónimos cópia, reprodução (cf. Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa) e imitação (Dicionário Houaiss Eletrônico). As acepções de réplica são as seguintes (Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa): – «resposta ao que foi dito ou escrito; acto ou efeito de replicar»; – «resposta viva, breve e peremptória numa discussão, marcando discussão»; – «pessoa ou coisa tão parecidas entre si, que parecem ser o duplicado da sua imagem»; – em Belas-Artes, o sentido que já referi; – em Música, «sinal indicativo de que se tem de repetir certo trecho musical»; – em linguagem jurídica, «resposta do autor da acção judicial»; – em Geologia, o sentido referido pelo consulente. Concluindo, em português o termo réplica mantém como núcleo central da sua significação o sentido de «resposta», próximo ainda das acepções mais típicas do verbo replicar («contestar, refutar»; ver Dicionário Houaiss). Há porém outros significados secundários, ligados à noção de «repetição», que podem ver favorecido o seu desenvolvimento por influência do inglês.