Um complemento adverbial é constituído por um advérbio ou uma locução adverbial. Um complemento preposicional tem como núcleo uma preposição ou uma locução prepositiva.
Nos casos apresentados, encontram-se complementos preposicionais cujos núcleos (isto é, o constituinte principal do grupo preposicional) são as preposições para – em «… para a semana» – e a – em «… a Lisboa». Um complemento adverbial seria, por exemplo (cf. TLEBS, B4.3.3.5.; sobre advérbios, ver Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 1984, pág. 540/541):
(1) A Rita pôs o livro aí/à esquerda.
(2) O Pedro porta-se bem/às direitas.
Em (1), está sublinhado o complemento seleccionado pelo verbo pôr, o qual é de categoria adverbial e pode ser preenchido pelo advérbio aí ou pela locução à esquerda. Em (2), o verbo portar-se selecciona sempre um complemento adverbial, o qual é realizado ou por um advérbio (p. ex., bem) ou por uma locução adverbial (p. ex., às direitas).
Note-se que estamos a falar de complementos do verbo, porque se trata de constituintes que são exigidos pela sintaxe e pela semântica de cada verbo: quando se usa pôr, é necessário referir «o que se põe» [o complemento/objecto directo; p.ex., «o livro» em «pôs o livro»] e «o lugar onde se põe»; quando se emprega portar-se, há que incluir informação relativa à «maneira como (alguém) se porta» (complemento adverbial). Outro aspecto ainda a focar é o facto de o segundo complemento de pôr poder ser adverbial («pôs o livro aí) ou preposicional («pôs o livro sobre a mesa»).
Penso, portanto, que, quanto a este tema, a descrição não é assim tão difícil. Aconselho, de qualquer modo, os professores a complementarem a consulta da TLEBS com a de uma boa gramática, por exemplo, Cunha e Cintra, 1984 (vide supra) ou a de Evanildo Bechara, Moderna Gramática Portuguesa, Rio de Janeiro, Editora Lucerna.