Numa perspetiva literária, que pensamos que seja o que pretende, na redação de um retrato, deve levar-se em conta aspetos psicológicos, comportamentais e físicos. Características relacionadas com a maneira de pensar, de agir e com a aparência devem ser enumeradas de forma cuidada e, se for essa a intenção do autor do texto, de maneira pormenorizada.
Com esse fim, deve fazer-se a seleção cuidada dos termos adequados para a caracterização, tendo em conta o seu significado denotativo e conotativo. O objetivo é escolher os vocábulos que deem mais representatividade ao que se deseja transmitir. Do ponto de vista morfológico, os substantivos, adjetivos e verbos têm um papel determinante neste contexto, apresentando as características, mas também a sua dinâmica. Em termos semânticos, os recursos estilísticos também são muito importantes, tendo a competência de aprofundar a imagem que se pretende transmitir. A organização dos vocábulos na frase pode, igualmente, contribuir para apresentar a personagem.
No retrato físico, deve salientar-se os traços individuais, como a altura, o peso, a cor do cabelo, da pele e dos olhos, vestuário, etc.
O psicológico deve valorizar informações sobre o feitio, a personalidade, os defeitos, as qualidades e outros...
O comportamental faz o enfoque nas informações sobre a atitude das personagens.
O retrato psicológico pode incluir o retrato comportamental, pois o comportamento é resultado da personalidade.
A caracterização da personagem pode ser enriquecida com outros aspetos, como sejam as profissões, os interesses, as apetências, os passatempos, etc. Ela pode ser realizada de forma direta, com a intervenção do narrador que enumera um conjunto de elementos que a determina, ou indiretamente, quando se pode inferir como as personagens são através do seu comportamento.